domingo, 22 de novembro de 2015

Filme Versus Filmes: Drama e Artes Marciais.

A Assassina e O Grande Mestre






                              Este é um tipo de texto que poderia ter muitos titulos.Na verdade, nem o anunciado pode estar correto.Um sentimento em relação aos dois filmes analisados me fazem querer iguala-los em alguma dimensão.Pode ser que o que The Grandmaster(2013)de Wong Kar-Wai  e The Assassin(2015) de Hou Hsiao-Hsien sejam diferentes propostas, mas o que trazem comum são os aspectos dramáticos muito fortes.Acima de tudo,  o que os mantem unidos em uma analise é a qualidade dos envolvidos e as expectativas lançadas.

                               Em 2013 o novo trabalho de Wong Kar-Wai estava turbinado de expectativas.Afinal o diretor é um dos mais talentosos e estilosos da atualidade, Kar-wai é um gigante e ele já havia nos proporcionado um dos Wuxia mais incriveis já feitos, Cinzas do Passado (1994).Pois bem, a recepção a priori não foi tão entusiasmada.O que estraga em parte o filme são alguns arcos de personagens muito mal desenvolvidos, o arco do personagem Navalha (Chan Cheng) não existe, ele aparece como uma figura quase a parte do filme, quase não existe conexão com a trama do filme.Ele esta lá apenas para ilustrar que existem outros "grandes mestres",apesar disso sua luta em Bajiquan é espetacular (que termina com um cara sendo arremessado de cabeça em um muro!)Outro defeito do filme é o desaparecimento na segunda parte  da esposa de Ip Man, a personagem é abandonada sem explicação da trama, ( parece que a atriz estava com a agenda cheia e o filme demorou 4 anos para ser feito).Mesmo com isso contra, Tony Leung está incrivel como de costume e as lutas são excelentes, alem de explicar os diferentes estilos de luta praticados. Algum tempo foi necessário para absorve-lo de forma completa.


                              A Assassina(Nie Yinniang) é de um outro diretor estupendo, Hou Hsiao-Hsien é um dos melhores em atividades e ele começou sua carreira bem antes de Kar-Wai, Realizou duas obras primas do cinema, A cidade das Tristezas(1989)com Tony Leung , e o Mestre das Marionetes(1991).Sua narrativa não é tão estilizada e é mais voltada ao estilo dos Japoneses Yasujiro Ozu e Mikio Naruse.É um cinema mais contemplativo do que estético.A Assassina ganhou o premio de direção em Cannes e pela qualidade de Hou o premio é merecido, apesar de belo A Assassina não esta entre os melhores trabalhos do diretor.Particularmente acredito ser um grande diretor e esperava muito do filme.Aliás não só eu como os fãs de Hsiao-Hsien.
                              A trama sobre uma assassina que tem que matar o seu amado é lenta e as cenas de ação não são memoráveis.Hou sonhava em realizar seu filme wuxia a 25 anos.A atriz Shu Qi é exótica e hipnótica, nada que se compare a Brigitte Lin em Swordsman II (1992), mas é digno de nota. De certa foma, Hsiao-Hsien subverte o genero, deixando a profundidade dos personagens inundar a tela, deixando tudo belo inclusive a alma dos personagens.Porem, a natureza humana não é tão bela quanto a natureza fotografada.O filme apresenta uma nova visão aos filmes Wuxia mas tambem ficamos com um gosto de frustração.Merece o mérito de fugir  do obvio mas em contra partida requer a paciencia do publico. Afinal, não é todo dia que Hou Hsiao-Hsien faz uma obra prima.










quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Coréias -Volta ao mundo em 80 filmes (Around the World in Eighty films)

Coréia do Norte

 
Pulgasari, 1985

De Shin Sang-ok


                               Uma grande produção Tokusatsa onde Pulgasari é um Gojira Norte-coreano criado pelo povo obrimido contra tiranos atraves de uma massa feita de arroz.Isso é uma lenda da cidade de Kaesong.
                               E não tem como chamar mais atenção do que a produção ser dirigida por um diretor chamado Shin Sang-ok, que foi sequestrado por ordem do ditador Kim Jong-il pela inteligencia norte-coreana em 1978, tamanho prestigio seu nome teve no cinema coreano nas decadas de 50 e 60.

                                  As contas em relação a produção anual dos filmes norte coreanos é tão confiável quanto o fato de sequestrarem alguém..Não se tem ideia da quantidade exata de sua produção, O ufanismo e empolgação dos membros do partido exalta de forma constrangedora a excelencia de 80 produções por ano, "filmes revolucionários, populares e imortais".Exageros a parte o cinema Norte-coreano existe desde a divisão com a Coréia do sul.Para nós é dificil se embrenhar no que é feito regularmente, existem filmes sobre lendas locais e comédias musicais, mas com certeza Pulsagari é o filme mais famoso internacionalmente.Muito pelo seu exotismo e pelo histórico do diretor.


Enquanto isso no sul:


Coréia do Sul
 
Mother ( 마더; RR: Madeo) 2009 – De:Bong Joon-Ho

                               Todos são do mesmo, para expectadores do lado de cá do hemisfério.O mesmo é mesmo excelente.Qualidade técnica,qualidade artística,qualidade narrativa,qualidade sonora.
                               Natureza crua de um cinema imaginativo.Os profetas do Aporracilpse envenenam-se quando articulam ríspidas criticas à originalidade no cinema.Olhar para a uma ponta aparentemente distante para nós “do lado de cá”,é descobrir filmes de violência seca,humor negro,beleza suntuosa e mistérios trovuosos de Magos completos. São os construtores destas obras (pelo menos a Tríplice ,Kim Ki Duk (destaque entre2000 a 2007),Chan-Wook Park e Bong Joon-Ho)que nos trazem experiências peliculares jamais vistas.Cinema coreano do inicio do século XXI é o que mais surpreende.Foi o que aconteceu comigo,e esse thriller Mother é um filho legítimo desse cinema.