Japão
O Gosto de Chá ( 茶の味
-
Cha
no Aji ou The taste of Tea) – 2004
De Katisuhito
Ishii.Com: Tadanobu Asano.
Finalmente chegamos a um glorioso pais de
extrema tradição e qualidade do cinema. Como a comida, os pratos são
sofisticados e lindos. Japão é um dos países mais equilibrados em
produção, desde que se desvencilhou das amarras do teatro, isso lá
pelos anos 1910, o pais nunca deixou de produzir, a partir dos anos
20 e pelos tortuosos anos da segunda grande guerra, revelando cada
vez mais gênios nesta época (de Mizogushi, Naruse ,Ozu e Kurosawa)
continuando uma época de ouro com clássicos com o
surgimento de gênios de outros movimentos como A nova onda japonesa
que é tão excepcional quanto a Nouvelle Vague francesa. Sempre se
reciclando, sempre produzindo gêneros particulares, como o Anime ,
Chanbaras e os filmes Pink. É um cinema que necessita de mais tempo,
e mais engendro acadêmico deste blog.
Muitos fãs dos filmes japoneses muitas
vezes se contem com os animes e filmes mais modernos, que de vez ou
outra acabam tendo algumas obras-primas, com A viagem de Chihiro
(2002), A partida (2009) ou até mesmo Ninguém sabe
(2004) Pais e Filhos (2013)de Koreeda. Muitos e muitos textos
serão feitos, de movimentos e filmes, aqui eu escolhi um grande filme
para se descobrir, O Gosto do Chá (2004).
O filme se não tivesse um diretor
talentoso cairia em uma vala de filme esquisito, confuso com
personagens bizarros, atuações no melhor estilo anime, graças a
todo um conjunto de felicidades O Gosto do Chá é
uma proeza poética.
Anteriormente o diretor era muito inspirado nos
filmes de Tarantino, uma onda que tomou o cinema por uma década e
meia. Clones de Tarantino surgiram a rodos, mas nenhum com seu
talento, Katisuhito estava na onda Tarantino. Sem esquecer sua
assinatura, trazendo uma interessante dinâmica ao filme, ele ainda
mistura o cinema moderno japonês, aos realismos fantásticos de sua
maior fonte nesse filme: Ingmar Bergman. O próprio Diretor afirmou que
O Gosto do Chá é uma versão surreal de Fanny & Alexander
(1982).
Portanto, o enredo se assemelha a obra-prima de
Bergman, temos a família de artistas em situações que envolvem seu
cotidiano doméstico e artístico, o velho tentando buscar uma chama
dentro dele seguencia de Anime, trens saindo de testas, além do
melhor conflito de uma criança com o seu duplo, flores nascendo e
engolindo o mundo. Poderia ser um desastre pretensioso, mas é uma
bela comédia dramática cheia de poesia.
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