Um pequeno aviso: o que se pretende aqui no Planos Lupinos, não é ficar minuciando biografias e sim apresentar os jogadores da arte. Portanto vamos ao homem.
Acho que muitos já conhecem, e é difícil apontar um culpado que não goste de Jean Vigo (1905-1934), o desgosto do miserável precisa ser analisado. Existe um clichê que diz que o diretor é o Rimbaud do cinema, é um clichê verdadeiro que existe apenas para coloca-lo na posição que merece, um grande poeta, no caso, do cinema .
Vigo nunca fez sucesso vivo, no trajeto trágico teve que vender sua câmera, morreu de tuberculose. Poderia ser um gigante mundialmente conhecido como Renoir, nunca saberemos. Poderia fracassar com outros projetos como Eisenstein, nunca saberemos. Como o gigante russo, marcou seu nome com filmes influente que ainda trazem o ingrediente da bela poesia, influenciando gerações e outros titãs como Truffault , Resnais e Anderson.Sim são apenas esses filmes, mas não foi necessário muitos para ele deixar sua marca, aqui estão suas obras:
À Propos de Nice 1930 -25 m.
Jean tinha uma amizade, o amigo a proposito era o diretor de fotografia Boris Kaufman, irmão de Dziga Vertov, a anarquia e criatividade são de família. Ângulos criativos e inusitados trazem a tela a dança da bela cidade, pares contrastantes, marés e trabalhadores, pares feitos de velas, expectadores de uma partida de tênis e bocha, de bundas e pobrezas. A poesia francesa dançando com a forma soviética.
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Vigo antecipa em anos as qualidades da bela dama cineasta de Hitler, Leni Riefensthal, que em sua maior obra, Olympia traria de mais aperfeiçoado, o corpo humano. O diretor usa close-ups e câmeras lentas para admirarmos o atleta Taris
Zero de Conduta (Zero de conduite)1933.47 m.
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O Atalante.1934.89 minutos. ★ ★ ★ ★ ★
Uma obra difícil de falar. Eu sou contra a analise muito engendrada dos grandes clássicos porque se não existe uma idéia realmente nova, não precisa de tanta analise para se ficar debruçando, O Atalante é o testamento de um gênio, concebido na tradição do cinema poético francês, ele nos mostra as dificuldades do amor, a paixão vem e com ela navegando pelas aguas da vida ( o Atalante é o navio onde os jovens vivem)as turbulências, traições, desconfianças, brutalidades e interesses .O horror da incerteza e o caminho ao sublime numa obra inesquecível.
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