Se
não fosse pelo gorducho Hitchcock , Lean seria o maior
nome Ingles entre os cineastas.Talvez seja o maior nome do
"Conhecendo...".Genio
nascido em Croydon, ele mostrou habilidade e talento em diversas
escalas fílmicas, seja no drama intimista ao épico grandioso.
Conhecendo em 3
fases:
Sua Primeira fase é um misto de suas
próximas etapas, filmes de grande orçamentos que carregam nos
ombros a delicadeza dos pequenos dramas e intimidades espelhadas.
Nosso Barco, Nossa Alma
(In Which We Serve, 1942) ★ ★
★★
Em
plena segunda guerra, um filme britânico patriota e muito bem
realizado, um dos primeiros filmes a tratar de Dunkirk. Soldados
atacados a bordo de um Navio de Guerra e os sobreviventes relembram
do momento que partiram e o que deixaram para trás, cenas de batalha
bem realizadas por Lean. Co-dirigido com o ator Noël Coward que
também escreveu e produziu o filme. Também o primeiro trabalho de
David Lean com Celia Johnson.
This
Happy Breed, 1944.★ ★
★✧
Um
drama familiar e bem conduzido em seu “primeiro filme solo”.
Novamente com Johnson no elenco, a respeito de uma família pós
Primeira Guerra Mundial.
Blithe Spirit 1945. ★
★ ★✧
A
melhor comédia de Lean, contando a trajetória de um homem casado
que recebe a visita da sua ex-mulher, que esta morta. Começa um
triangulo amoroso inusitado e ousado.
Desencanto
(Brief Encounter, 1945) ★ ★
★ ★ ★
A
obra-prima da primeira fase de Lean, eu sempre encontro esse filme em
minha estante, sempre ali a minha espera, sempre ansioso, o encontrei
duas vezes na tela, as duas inesquecíveis, os protagonistas tem
pouco tempo para estarem juntos, as despedidas aflitas e tocantes de
um clássico melodrama romântico.
& Oliver Twist (1948)★ ★
★ ★ ✧
Um
gênio em uma fase esplendida. Para fechar sua primeira fase, Lean
adapta duas obras primas de Charles Dickens, os dois são igualmente
clássicos.
Fase
Ann Todd é um nome que pode-se referenciar esta fase do diretor, que
casou-se com a talentosa e bela atriz Ann Todd. Tentou depois da
avalanche de clássicos seguir um caminho de experimentações de
temas, como a comédia, drama aéreo e histórias reais. Pode-se
dizer que é sua pior fase.
A
historia de uma mulher (The Passionate Friends, 1949) ★
★ ✧
Talvez
o filme menos visto de David Lean, com a história menos conhecida de
HG Wells, passa-se despercebido, drama de triangulo amoroso com
flashbacks, um derivado e polegadas abaixo do que ele criou com
Desencanto. O que não pode-se passar despercebido é o trio
de atores (Trevor Howard, Claude Rains e Ann Todd) que protagonizam o
filme.
Madeleine
, 1950 ★ ★
★ ★
O
melhor do casal Lean/Todd aconteceu aqui com a história real de uma
socialite que mata seu amante opressor, apesar do diretor achar ser
seu pior filme.
Sem
Barreira no céu. (The Sound Barrier, 1952) ★
★ ★
Continuando
sua fase menos inspirada, o drama sobre pilotos arriscando a suas
vidas em teste militares é memorável pelas cenas de voo, rodopios
técnicos que foram muito copiados. Porem, é bem dirigido por Lean.
Papai
é do contra (Hobson's Choice, 1954) ★
★ ★
Um
exemplo do filme carregado por um ator, no caso Laughton. Uma comédia
de um dono de sapataria suas filhas e seu sapateiro ,envelheceu um
pouco mas ainda pode ser apreciado.
Aqui
começa sua terceira fase e sua fase mais popular onde além de
recuperar seu prestigio mostrou que também sabe lidar com épicos
maravilhosos.
Summertime
(1955) ★ ★
★ ✧
O primeiro da nova fase é um show de técnica,
por muitos acusado de falta de coesão, não sei, talvez falte
profundidade no conflito da americana em contado e relação com "o
outro" parceiro (mundo).
A
ponte do Rio Kwai (the bridge of the River Kwai, 1957) ★
★ ★ ★✧
Em
retrospecto, quantos filmes de Guerra até então estão nesse nível?
Sem novidade no front
(1930) e A Harpa da Birmânia (1956),
talvez
sejam as respostas para a pergunta, o que se sabe é que poucos estão
nesse nível, Lean volta a ser um gigante com esse filme. A
construção de uma ponte por prisioneiros britânicos é um dos mais memoráveis recortes da época e da situação de um prisioneiro em um campo de guerra.
Lawrence
da Arábia (1962) ★ ★
★ ★ ★
Mais
um caso de “o que pode se falar de...”, posso falar que
gostei mais da segunda vez que vi do que da primeira? É o que a de
melhor em um épico, a linda trilha, a fotografia revolucionaria , a
história de um homem e um deserto, é a emoção dos olhos de Peter
O'Toole.
A
fase áurea perdura, novamente está tudo ali no lugar certo. Antes
durante e depois de uma revolução, convém emocionar-nos pela
história de Zhivago, um médico sua esposa, sua amante estuprada por
um palito. Mas apesar de suntuosidade e do espetáculo a cena que
mais marcou muitos cinéfilos é a participação de Klaus Kinski e
seus 3 minutos brilhantes onde faz um prisioneiro que declara-se mais
livre que os passageiros confinados em sua viagem.
A
filha de Ryan (Ryan's Daughter,1970) ★
★ ★
Poderia
estar tudo no lugar, alguns dizem que não, talvez um melodrama de
quase 3 horas, mas o que Lean tem que mostrar de melhor esta lá,
porem parecia um passo arriscado talvez da repetição de seu tipo de
filme, talvez tenha acontecido isso. Outros dizem que David Lean
deveria contar a história de forma "menor", um retorno ao
cinema de Desencanto, na contra mão o filme tem muitos fãs que compraram com vigor o deslumbramento da excelência de um filme com a assinatura de Lean.
Passagem para a Índia (A passage to Índia, 1984)★
★ ★ ★
Uma passagem belíssima em seu retorno ao cinema
de ficção depois de longos 14 anos. Esplendor de um gênio. Uma
história de amor épica onde Lean faz miséria, até mascarar Alec
Guiness pintando-o para passar-se por outra etnia é (lamentável)
mas perdoável. O triangulo amoroso é conhecido e o exotismo
converge para David encerrar sua carreira de forma verdadeira e
humana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário