sexta-feira, 9 de março de 2018

Conhecendo David Lean


 
 
 
Se não fosse pelo gorducho Hitchcock , Lean seria o maior nome Ingles entre os cineastas.Talvez seja o maior nome  do "Conhecendo...".Genio nascido em Croydon, ele mostrou habilidade e talento em diversas escalas fílmicas, seja no drama intimista ao épico grandioso. Conhecendo em 3 fases:

 
Sua Primeira fase é um misto de suas próximas etapas, filmes de grande orçamentos que carregam nos ombros a delicadeza dos pequenos dramas e intimidades espelhadas.




Nosso Barco, Nossa Alma (In Which We Serve, 1942)  ★★

Em plena segunda guerra, um filme britânico patriota e muito bem realizado, um dos primeiros filmes a tratar de Dunkirk. Soldados atacados a bordo de um Navio de Guerra e os sobreviventes relembram do momento que partiram e o que deixaram para trás, cenas de batalha bem realizadas por Lean. Co-dirigido com o ator Noël Coward que também escreveu e produziu o filme. Também o primeiro trabalho de David Lean com Celia Johnson.

This Happy Breed, 1944. ★✧

Um drama familiar e bem conduzido em seu “primeiro filme solo”. Novamente com Johnson no elenco, a respeito de uma família pós Primeira Guerra Mundial.

Blithe Spirit 1945. ★✧

A melhor comédia de Lean, contando a trajetória de um homem casado que recebe a visita da sua ex-mulher, que esta morta. Começa um triangulo amoroso inusitado e ousado.

 

 
Desencanto (Brief Encounter, 1945) ★ ★ ★


A obra-prima da primeira fase de Lean, eu sempre encontro esse filme em minha estante, sempre ali a minha espera, sempre ansioso, o encontrei duas vezes na tela, as duas inesquecíveis, os protagonistas tem pouco tempo para estarem juntos, as despedidas aflitas e tocantes de um clássico melodrama romântico.


 

Grandes Esperanças (Great Expectations ,1946) ★ ★ ✧

& Oliver Twist (1948) ★ ★ ✧






Um gênio em uma fase esplendida. Para fechar sua primeira fase, Lean adapta duas obras primas de Charles Dickens, os dois são igualmente clássicos.



Fase Ann Todd é um nome que pode-se referenciar esta fase do diretor, que casou-se com a talentosa e bela atriz Ann Todd. Tentou depois da avalanche de clássicos seguir um caminho de experimentações de temas, como a comédia, drama aéreo e histórias reais. Pode-se dizer que é sua pior fase.



A historia de uma mulher (The Passionate Friends, 1949) ★ ★ ✧

Talvez o filme menos visto de David Lean, com a história menos conhecida de HG Wells, passa-se despercebido, drama de triangulo amoroso com flashbacks, um derivado e polegadas abaixo do que ele criou com Desencanto. O que não pode-se passar despercebido é o trio de atores (Trevor Howard, Claude Rains e Ann Todd) que protagonizam o filme.

Madeleine , 1950   ★ ★

O melhor do casal Lean/Todd aconteceu aqui com a história real de uma socialite que mata seu amante opressor, apesar do diretor achar ser seu pior filme.

Sem Barreira no céu. (The Sound Barrier, 1952)

Continuando sua fase menos inspirada, o drama sobre pilotos arriscando a suas vidas em teste militares é memorável pelas cenas de voo, rodopios técnicos que foram muito copiados. Porem, é bem dirigido por Lean.

Papai é do contra (Hobson's Choice, 1954)

Um exemplo do filme carregado por um ator, no caso Laughton. Uma comédia de um dono de sapataria suas filhas e seu sapateiro ,envelheceu um pouco mas ainda pode ser apreciado.


Aqui começa sua terceira fase e sua fase mais popular onde além de recuperar seu prestigio mostrou que também sabe lidar com épicos maravilhosos.

Summertime (1955) ★ ✧

O primeiro da nova fase é um show de técnica, por muitos acusado de falta de coesão, não sei, talvez falte profundidade no conflito da americana em contado e relação com "o outro" parceiro (mundo).


A ponte do Rio Kwai (the bridge of the River Kwai, 1957)   ★ ★✧
Em retrospecto, quantos filmes de Guerra até então estão nesse nível? Sem novidade no front (1930) e A Harpa da Birmânia (1956),
talvez sejam as respostas para a pergunta, o que se sabe é que poucos estão nesse nível, Lean volta a ser um gigante com esse filme. A construção de uma ponte por prisioneiros britânicos é um dos mais memoráveis recortes da época e da situação de um prisioneiro em um campo de guerra.
 
 

                                                Lawrence da Arábia (1962) ★ ★ ★
 

Mais um caso de “o que pode se falar de...”, posso falar que gostei mais da segunda vez que vi do que da primeira? É o que a de melhor em um épico, a linda trilha, a fotografia revolucionaria , a história de um homem e um deserto, é a emoção dos olhos de Peter O'Toole.
 
Doutor Jivago (1965) ★ ★
A fase áurea perdura, novamente está tudo ali no lugar certo. Antes durante e depois de uma revolução, convém emocionar-nos pela história de Zhivago, um médico sua esposa, sua amante estuprada por um palito. Mas apesar de suntuosidade e do espetáculo a cena que mais marcou muitos cinéfilos é a participação de Klaus Kinski e seus 3 minutos brilhantes onde faz um prisioneiro que declara-se mais livre que os passageiros confinados em sua viagem.
 
A filha de Ryan (Ryan's Daughter,1970)

Poderia estar tudo no lugar, alguns dizem que não, talvez um melodrama de quase 3 horas, mas o que Lean tem que mostrar de melhor esta lá, porem parecia um passo arriscado talvez da repetição de seu tipo de filme, talvez tenha acontecido isso. Outros dizem que David Lean deveria contar a história de forma "menor", um retorno ao cinema de Desencanto, na contra mão o filme tem muitos fãs que compraram com vigor o deslumbramento da excelência de um filme com a assinatura de Lean. 

Passagem para a Índia (A passage to Índia, 1984) ★ ★
Uma passagem belíssima em seu retorno ao cinema de ficção depois de longos 14 anos. Esplendor de um gênio. Uma história de amor épica onde Lean faz miséria, até mascarar Alec Guiness pintando-o para passar-se por outra etnia é (lamentável) mas perdoável. O triangulo amoroso é conhecido e o exotismo converge para David encerrar sua carreira de forma verdadeira e humana.
 
 
 
 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário