domingo, 16 de setembro de 2018

Conhecendo o Cinema de Jean Vigo (2)

Uma Postagem um pouco mais elaborada a respeito do grande Jean Vigo, que se tem poucos filmes , foi importante para o desenvolvimento do cinema e sua poética.

JEAN VIGO (1905- 1934





Filmes:

A Propósito de Nice / À propos de Nice  ★ ★ ★

Ano:1930.
País: França.
Gênero: Documentário.
Duração:25 minutos.

Taris, roi de l'eau       ★ ★ ★

Elenco:Jean Taris
Ano:1931.
País:França.
Gênero:Documentário.
Duração:10 minutos.

Zero de Conduta / Zéro de Conduite   ★ ★ ★ ★ ★ 

Elenco:Jean Dasté e Robert Le Flon.
Ano:1933.
País:França.
Gênero:Drama.
Duração:44 minutos.

O Atalante / L'atalante*  ★ ★ ★ ★ ★ 

Elenco:Jean Dasté, Dita Parlo e Michel Simon.
Ano:1934.
País:França.
Gênero:Drama.
Duração: 89 minutos.
* dvd pela magnus opus.

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Foi um erro, mas saiu um Curta!!!- Arrebatamento

Depois de 3 meses de volta, meu perfil foi bloqueado por problemas de senha, mas agora vida segue.No período foram realizadas novas empreitadas.

1º curta em 4 anos!!

A principio , o projeto tinha uma outra forma, porem por obstáculos de produção o que foi gravado esta se transformando em coisas "estranhas", aqui um pedaço que tomou vida:

Arrebatamento:

Experimentalmente tupiniquim!!

sexta-feira, 9 de março de 2018

Conhecendo David Lean


 
 
 
Se não fosse pelo gorducho Hitchcock , Lean seria o maior nome Ingles entre os cineastas.Talvez seja o maior nome  do "Conhecendo...".Genio nascido em Croydon, ele mostrou habilidade e talento em diversas escalas fílmicas, seja no drama intimista ao épico grandioso. Conhecendo em 3 fases:

 
Sua Primeira fase é um misto de suas próximas etapas, filmes de grande orçamentos que carregam nos ombros a delicadeza dos pequenos dramas e intimidades espelhadas.




Nosso Barco, Nossa Alma (In Which We Serve, 1942)  ★★

Em plena segunda guerra, um filme britânico patriota e muito bem realizado, um dos primeiros filmes a tratar de Dunkirk. Soldados atacados a bordo de um Navio de Guerra e os sobreviventes relembram do momento que partiram e o que deixaram para trás, cenas de batalha bem realizadas por Lean. Co-dirigido com o ator Noël Coward que também escreveu e produziu o filme. Também o primeiro trabalho de David Lean com Celia Johnson.

This Happy Breed, 1944. ★✧

Um drama familiar e bem conduzido em seu “primeiro filme solo”. Novamente com Johnson no elenco, a respeito de uma família pós Primeira Guerra Mundial.

Blithe Spirit 1945. ★✧

A melhor comédia de Lean, contando a trajetória de um homem casado que recebe a visita da sua ex-mulher, que esta morta. Começa um triangulo amoroso inusitado e ousado.

 

 
Desencanto (Brief Encounter, 1945) ★ ★ ★


A obra-prima da primeira fase de Lean, eu sempre encontro esse filme em minha estante, sempre ali a minha espera, sempre ansioso, o encontrei duas vezes na tela, as duas inesquecíveis, os protagonistas tem pouco tempo para estarem juntos, as despedidas aflitas e tocantes de um clássico melodrama romântico.


 

Grandes Esperanças (Great Expectations ,1946) ★ ★ ✧

& Oliver Twist (1948) ★ ★ ✧






Um gênio em uma fase esplendida. Para fechar sua primeira fase, Lean adapta duas obras primas de Charles Dickens, os dois são igualmente clássicos.



Fase Ann Todd é um nome que pode-se referenciar esta fase do diretor, que casou-se com a talentosa e bela atriz Ann Todd. Tentou depois da avalanche de clássicos seguir um caminho de experimentações de temas, como a comédia, drama aéreo e histórias reais. Pode-se dizer que é sua pior fase.



A historia de uma mulher (The Passionate Friends, 1949) ★ ★ ✧

Talvez o filme menos visto de David Lean, com a história menos conhecida de HG Wells, passa-se despercebido, drama de triangulo amoroso com flashbacks, um derivado e polegadas abaixo do que ele criou com Desencanto. O que não pode-se passar despercebido é o trio de atores (Trevor Howard, Claude Rains e Ann Todd) que protagonizam o filme.

Madeleine , 1950   ★ ★

O melhor do casal Lean/Todd aconteceu aqui com a história real de uma socialite que mata seu amante opressor, apesar do diretor achar ser seu pior filme.

Sem Barreira no céu. (The Sound Barrier, 1952)

Continuando sua fase menos inspirada, o drama sobre pilotos arriscando a suas vidas em teste militares é memorável pelas cenas de voo, rodopios técnicos que foram muito copiados. Porem, é bem dirigido por Lean.

Papai é do contra (Hobson's Choice, 1954)

Um exemplo do filme carregado por um ator, no caso Laughton. Uma comédia de um dono de sapataria suas filhas e seu sapateiro ,envelheceu um pouco mas ainda pode ser apreciado.


Aqui começa sua terceira fase e sua fase mais popular onde além de recuperar seu prestigio mostrou que também sabe lidar com épicos maravilhosos.

Summertime (1955) ★ ✧

O primeiro da nova fase é um show de técnica, por muitos acusado de falta de coesão, não sei, talvez falte profundidade no conflito da americana em contado e relação com "o outro" parceiro (mundo).


A ponte do Rio Kwai (the bridge of the River Kwai, 1957)   ★ ★✧
Em retrospecto, quantos filmes de Guerra até então estão nesse nível? Sem novidade no front (1930) e A Harpa da Birmânia (1956),
talvez sejam as respostas para a pergunta, o que se sabe é que poucos estão nesse nível, Lean volta a ser um gigante com esse filme. A construção de uma ponte por prisioneiros britânicos é um dos mais memoráveis recortes da época e da situação de um prisioneiro em um campo de guerra.
 
 

                                                Lawrence da Arábia (1962) ★ ★ ★
 

Mais um caso de “o que pode se falar de...”, posso falar que gostei mais da segunda vez que vi do que da primeira? É o que a de melhor em um épico, a linda trilha, a fotografia revolucionaria , a história de um homem e um deserto, é a emoção dos olhos de Peter O'Toole.
 
Doutor Jivago (1965) ★ ★
A fase áurea perdura, novamente está tudo ali no lugar certo. Antes durante e depois de uma revolução, convém emocionar-nos pela história de Zhivago, um médico sua esposa, sua amante estuprada por um palito. Mas apesar de suntuosidade e do espetáculo a cena que mais marcou muitos cinéfilos é a participação de Klaus Kinski e seus 3 minutos brilhantes onde faz um prisioneiro que declara-se mais livre que os passageiros confinados em sua viagem.
 
A filha de Ryan (Ryan's Daughter,1970)

Poderia estar tudo no lugar, alguns dizem que não, talvez um melodrama de quase 3 horas, mas o que Lean tem que mostrar de melhor esta lá, porem parecia um passo arriscado talvez da repetição de seu tipo de filme, talvez tenha acontecido isso. Outros dizem que David Lean deveria contar a história de forma "menor", um retorno ao cinema de Desencanto, na contra mão o filme tem muitos fãs que compraram com vigor o deslumbramento da excelência de um filme com a assinatura de Lean. 

Passagem para a Índia (A passage to Índia, 1984) ★ ★
Uma passagem belíssima em seu retorno ao cinema de ficção depois de longos 14 anos. Esplendor de um gênio. Uma história de amor épica onde Lean faz miséria, até mascarar Alec Guiness pintando-o para passar-se por outra etnia é (lamentável) mas perdoável. O triangulo amoroso é conhecido e o exotismo converge para David encerrar sua carreira de forma verdadeira e humana.
 
 
 
 
 

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Filme Absoluto movimentos do cinema VI

 
Surgimento: Alemanha
 

Músicos, poetas e pintores são o corpo e alma dos “filmes Absolutos”,parece pretensão chamar um filme de absoluto. Fizeram com a musica em que a forma ultrapassou a palavra, mas isso é uma polemica desde dos tempos de Wagner "falar mal" da nona de Beethoven. Destruindo a barreira figurativa do cinema e nos trazendo as formas simples, ou mesmo as abstratas em movimento. Experiências marcantes.




Nomes Chave:

Hans Richter (1888-1976)

Um dos mais completos e talentosos artistas da época, pintor artista gráfico, cineasta e produtor. O alemão tem relação com o surrealismo e o dadaísmo. Usou formas geométricas como retangulos, quadrados e linhas , além de recortes, sobreposição e contrastes.

Principais Filmes:




Rhythmus 21(1923), Rhythymus 23 (1923) ,Rhytmus 25 (1925) Inflation (1928) e Ghosts Before Breakfast (1928).

 


 

Walter Ruttmann (1887-1941)

Designer gráfico e pintor. Contribuição também  no cinema expressionista, como em Metropolis(1927) e Os Nibelungos (1924).Produziu muitos curtas que inspiraram seu colega de movimento Oskar, foi assim como diretor assistente em O triunfo da vontade (1935), morreu na guerra como fotografo.
Principais filmes:

Lichtspiel:OpusI,II,III e IV(1921, 1923,1924 e 1925).
 

O filme que influenciou entre outros Vertov e seu Um Homem com uma Camera(1929) que é Berlin: simfonia de uma grande cidade(1927) e Melody of the World (1929).

 

Oskar Fischinger (1900-1967)

Foi animador e pintor, trabalhou com Lang em A mulher da Lua (1928) ele pode ser considerado o pai do videoclip.Um daqueles pioneiros que fugindo do regime nazista abortaram nos Estados Unidos que acabaram frustrados por não conseguir realizar seus projetos autorais.Alguns de seus trabalhos: Seelische Konstrutionen (1927),Composition in Blue (1935).

 

 

Viking Eggeling (1880-1925)

 

Foi determinante com seu filme mais famoso Sinfonia Diagonal( 1924) para o desenvolvimento do movimento.Amigo de Modiglian e Hans Arp, teve influencia do Cubismo e posteriormente do Dadaísmo.
 

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

O expressionismo Alemão - Movimentos do Cinema Parte V



Surgimento: Alemanha.

 
Com muito entusiasmo chegando a hora de escrever sobre o movimento que mais me apetece nas artes modernas, ao lado do Neo-realismo , é o movimento cinematográfico mais influente que já existiu e é da primeira metade do século, o que mais deixou raízes, O Expressionismo Alemão.

Surgiu em dois tempos? Pode-se dizer que sim. Primeiro O Gabinete do Dr. Caligari (1920) é considerado por muitos o primeiro, porem em 1913 existia O estudante de Praga do realizador Paul Wegener já utilizando os contrates de claro escuro.

Dos jovens movimentos das artes plásticas, o Expressionismo Alemão foi o que mais explorou a então nova ferramenta artística que é o Cinema. Nos novos pensamentos surgidos na Republica de Weimar (1918-1933)O expressionismo já existia derivado de uma corrente de pensamentos que retorna ao básico ao popular e ao bruto, mas combinado com intelectualidade. O emocional distorcendo a realidade, é horripilante em muitas vezes mas é fascinante também, alimentando-se do teatro expressionista e das artes plásticas alemãs, no cinema tudo era palpitante e novo, o jogo de sombras meticulosamente realizado, os cenários estão lá pulsando sentimentos interiores nas lentes alemães de gênios como Fritz Arno e Karl Freund. Formas assustadoras apareciam nas telas e interpretações icônicas surgiram, como Max Schreck e seu imortal Nosferatu e Brigitte Helm e sua Maria.
 

Tantos os caminhos que o movimento abriu, influência nos gigantes como Hitchcock, Welles e Dreyer , nas centenas de realizações Noir, em filmes de um outro genio chamado Wilder, contaremos as crias que o Noir gerou? Desnecessário, porque os filhos são incontáveis. Desde cenografia de Batman (1989) ao holandes vencedor do oscar Carater(1997);a Histórias em quadrinhos como Desista! (1995)De Peter Kuper,trabalhos de Mutarelli ,Ted McKeever assim como o monstro Will Eisner.


Desenho de Ted Mckeever.

Nomes e Filmes Chaves:
                                                         Fritz Lang (1890-1976)

Um dos maiores nomes do cinema e um diretores mais influentes já existentes.A Morte Cansada(Der Müde Tod) de 1921, Dr Mabuse ,de 1922;Os Nibelungos 1 & 2 Provando que o expressionismo também pode ser aventureiro; e duas das maiores obras do Cinema, Metropolis (1927), com seus cenários revolucionários e M (1931), com seus julgamentos criminosos, paranóias e realizações técnicas perfeitas. Lang saiu da Alemanha e construiu grandes filmes como Fúria (Fury,1936), Os Carrascos Também Morrem (Hangmen Also Die,1943), Rancho Notorius(1952) e Os Corruptos (The Big Heat,1953).


 
 
 

 
F.W.Murnau (Friedrich Wilhelm Murnau, 1888-1930)



Novamente, o genio do cinema aparece. Além dos Clássicos Kammerspiel, Murnau é um genio do Expressionismo, tendo realizado o ótimo Fausto (1925) e o filme definitivo a respeito da interpretação do teatro expressionista, Nosferatu (1922) tece seus jogos de sombra pela fabulosa camera de Fritz Arno, e pela figura assustadora de Max Schreck.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
Robert Wiene(1873-1938)
Genuine(1920) e Mãos de Orlac (1925) são dois famosos filmes de Wiene, mas pergunto, sera que alguém desconhece a filmografia de Wiene? Provavelmente sim, ele não é conhecido por tantos trabalhos memoráveis, mas na arte você pode errar muito mas se uma vez você acertar você pode mudar o rumo das coisas, Wiene e seu O Gabinete do Dr Caligari (1920) mudaram as coisas.

 
 
Paul Wegener (1874-1948)

Ator de formação, Paul ajudou nos fundamentos do movimento e dirigiu dois clássicos, O estudante de Praga (1913) e O Golem (1920), o ultimo sendo seu filme mais famoso onde faz o papel do monstro. Depois da perseguição aos atores com a emergência do nazismo foi contratado como ator do estado, conseguindo fazer carreira.





Paul Leni (1885-1929)

Nascido em Stuttgart, estudante de belas artes, começou a ser pintor com 15 anos. Por algum tempo dirigiu filmes médios até acertar com Waxworks (1924) depois conseguiu ter uma carreira sólida com outros filmes.Destaques do movimento como O Gato e o Canário (1927) e deixando um clássico na América, O homem que Ri(1928) .Tinha 44 anos quando morreu de uma infecção em um dente não tratado.


Karlheinz Martin (1886-1948)

Grande diretor de teatro que triunfou após a Segunda Guerra, fez ao menos um grande clássico, De manhã á meia-noite (1920) o filme de uma forma menos orçamentária tambem apostou em uma radicalização de cenário como O Gabinete...
 

Henrik Galeen (1881-1949)

Pouco se sabe sobre sua vida antes dos filmes e depois disso ele é um dos menos famosos, porem é o escritor de Nosferatu (1922) e Golem (1920) além de ter dirigido um Golem em 1914 ele foi o responsavel por uma segunda versão ( e aclamada)de O Estudante de Praga (1926).Posteriormente, como tantos, foi exilado pelo partido nazista, morreu nos Estados Unidos.